O cantor Adelmário Coelho se manifestou sobre a ausência de artistas de forró tradicional entre os mais contratados para o São João nas cidades do interior da Bahia. A análise foi baseada em dados do Painel da Transparência dos Festejos Juninos do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que apontou que, em 2024, nenhum representante do chamado “forró raiz” esteve entre os dez artistas mais contratados por prefeituras baianas.
Em entrevista ao Portal A TARDE, Adelmário afirmou que não vê essa situação como uma desvalorização do forró, mas sim como reflexo de uma demanda momentânea do público por outros estilos. Ele ressaltou, no entanto, que cabe aos gestores públicos dosar as atrações e garantir espaço aos artistas que representam a verdadeira tradição das festas juninas.
“Quem conduz a história da cultura popular nordestina são os forrozeiros”, afirmou, defendendo que o critério de popularidade não deve se sobrepor à valorização da identidade cultural.
O cantor sugeriu que o São João 2025 tenha um tema voltado à homenagem dos mestres do forró, como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e Clemilda. Segundo ele, assim como o carnaval de Salvador presta tributos a ícones do axé, as festas juninas também deveriam reconhecer seus grandes nomes.
Para Adelmário, a valorização do forró tradicional é essencial para manter viva a cultura popular nordestina durante o período junino.